Roteiro detalhado do primeiro dia de viagem com descritivo das atrações, localizações, valores e links.
Aqui você vai ler sobre: Palácio Quitandinha, Avenida Koeller, Museu da FEB, Palácio Rio Negro, Museu de Cera, Casa de Santos Dumont, Universidade Católica de Petrópolis e Catedral de São Pedro de Alcântara.
Visitei Petrópolis pela primeira vez quando tinha 11 anos, num passeio da escola que incluía apenas o Museu Imperial e a Encantada (Casa de Santos Dumont). Lembro de ter gostado muito da cidade e ter ficado com vontade de voltar – o que só aconteceu 17 anos depois! Fui em meados de Outubro de 2015 acompanhada dos meus pais, que já têm idade avançada. É o tipo de viagem ideal para fazer em família – crianças e adolescentes em fase de estudar sobre a história do Brasil e os mais velhos, pois a cidade é toda plana, clima ameno e tudo muito próximo, sem ser necessário fazer longas caminhadas.
Fomos de carro saindo do Rio de Janeiro numa quarta-feira, as 6h da manhã, para aproveitarmos bem o dia e evitar o trânsito (importante atentarem-se quanto a isso, pois devido a proximidade da capital, muita gente mora em Petrópolis e trabalha no Rio – e bem no meio do caminho tem a Linha Vermelha, uma das principais e mais movimentadas vias da cidade).
O primeiro atrativo da viagem já começa na Serra, que é a vista deslumbrante das montanhas e cachoeiras do caminho. Quase chegando a Petrópolis, no km 39,5 da BR 040 tem o Mirante do Cristo, onde foi nossa primeira parada. Nada mais é que um mirante (!) no meio da serra para se contemplar o visual. Leva essa nome porque tem uma miniatura da estátua do Cristo Redentor. Dentro do mirante tem uma pequena lanchonete e uma vendinha de souvenirs. Lá também tem banheiro (importante!) e a entrada não é paga. Dez minutos para esticar as pernas e tirar fotos e voltamos para a estrada.
Logo que entramos na cidade demos de cara com o Palácio Quitandinha (não fica no centro histórico) e já entramos para conhecer.
O palácio foi construído em 1944 para ser o maior cassino-hotel da América Latina, mas parece que estava fadado ao insucesso. Apenas dois anos depois o jogo foi proibido no Brasil e o palácio passou a funcionar apenas como hotel, o que também não durou e ele virou condomínio de luxo. Foi também clube de alto padrão, o que mais uma vez não vingou. Hoje está sob administração do SESC Rio e virou um pólo cultural da cidade. Além de ser aberto à visitação para quem quer conhecer seus salões e história, tem um teatro, pista de patinação no gelo e boliche. A parte dos apartamentos é privada e funciona como um condomínio residencial.
A entrada é gratuita. A visita guiada acontece apenas as quartas, feriados e fins de semanas a preços que variam de R$3 a R$10. Não abre as segundas. Mais informações veja aqui.
Algumas curiosidades: o lago na frente do palácio tem o formato do mapa do Brasil e foi construído com areia da praia de Copacabana. Já estiveram lá personalidades como Orson Welles, Greta Garbo, Evita Perón e Walt Disney, entre MUITOS outros. A decoração do interior do palácio foi feita pela cenógrafa de Hollywood Dorothy Draper, toda inspirada nos filmes da época. Ainda hoje é reconhecido como maior e mais legitimo palácio do Brasil e, junto com o Colón da Argentina, como os maiores da América Latina.
De lá seguimos para deixar o carro na Pousada Imperial Koeler, que fica na rua de mesmo nome. A pousada tem estacionamento, piscina e aceita animais de estimação. Trata-se de um casarão de 1875 que se esforça para manter a atmosfera da época. Pertenceu a alguém importante, mas infelizmente não me lembro quem (se alguém lembrar, por favor, deixe nos comentários que darei os devido créditos). Ficamos num quarto família, que na verdade é um apartamento de dois quartos, com camas para até 5 pessoas. A pousada é ótima e recomendadíssima. Fica bem no centro, perto de tudo e em frente a Casa da Princesa Isabel. Como era baixa temporada e ficamos de quarta a sexta, pagamos um preço super em conta, mas recentemente fui procurá-la novamente para um fim de semana e o preço estava quase o triplo do que paguei à época.
Costumo dizer que o centro histórico da cidade por si só é um grande museu a céu aberto. Uma caminhada pelas principais ruas já é uma aula de história – e isso é parte fundamental da viagem. É o caso da Avenida Koeller, que para mim foi uma das principais atrações de Petrópolis. Tem esse nome em homenagem ao engenheiro militar Julius Friedrich Koeler (1804 – 1847), que foi o responsável pelo projeto e construção do Palácio Imperial e da própria cidade de Petrópolis – portanto, seu verdadeiro “fundador”. Ela começa na Praça da Liberdade (Praça Ruy Barbosa) e termina na Catedral de São Pedro de Alcântara. Nos seus poucos mais de 300 metros de extensão estão algumas das principais residências da época onde hoje funcionam alguns museus e órgãos do governo. A rua é super bem conservada e cada construção tem na fachada uma placa de ferro com sua história (exatamente como num museu).
Saímos da pousada e seguimos pelo lado ímpar da Avenida Koeller em direção à Praça Ruy Barbosa. No caminho estão o Museu da FEB (Força Expedicionária Brasileira) e o Palácio Rio Negro.
O Museu da FEB fica nos fundos do Palácio Rio Negro e abriga o acervo dos pracinhas petropolitanos que lutaram na Segunda Guerra Mundial. A entrada é gratuita e a visita guiada custava R$10. Abre de quarta a sábado, das 10h às 17h.
O Museu Palácio Rio Negro – também conhecido como Palácio dos Presidentes – originalmente pertenceu ao Barão do Rio Negro, importante produtor de café da época. Ainda no século XIX tornou-se residência oficial dos presidentes quando a capital federal era o Rio de Janeiro. Em 1903 passou a ser residência de verão dos presidentes e o é até hoje. O próprio presidente não eleito Michel Temer já visitou a casa. Funciona de terça a sábado, das 10h às 17h. Entrada gratuita.
Chegando a praça já passava das 14h e paramos para almoçar no restaurante Paladar, self–service bom e com preço honesto. Também fica num casarão do século XIX, todo rodeado por varandas e com vista para a praça.
Pela saída traseira do restaurante você sai bem ao lado do Museu de Cera, que foi nosso próximo destino. Atração cara para os padrões de Petrópolis (R$32 inteira e R$16 meia). Vale a visita se estiver com tempo, dinheiro e nunca tiver visitado um museu de cera. É super pequeno e simples. Alguns bonecos são perfeitos, outros muito fracos. Há representações de Ayrton Senna, Mandela, Dilma, Lula, Batman, Papa João Paulo II, a família real brasileira, Einsten e Santos Dumont (essa é quase a lista completa). De terça a domingo das 10h às 17h. Sábados das 10h às 18h.
Seguindo pela rua do Museu de Cera (Barão de Amazonas) no sentido contrário à Praça, está a Casa de Santos Dumont. Minha atração preferida de Petrópolis. É uma micro casa de dois andares que fica numa pequena colina, que foi residência de verão do “Pai da Aviação”. Conhecida como “A Encantada” a casa tem marcas muito fortes de seu dono, como a escada onde só se pode começar com o pé direito, o chuveiro que misturava água quente e fria (invenção dele), o observatório, cartas, fotos e móveis. Seu projeto é muito curioso. Ao se considerar a época em que foi criada, compreendemos o tamanho da genialidade do seu idealizador. Santos Dumont é uma figura fascinante e foi muito à frente de seu tempo. Dentro da casa há monitores que descrevem cada pedaço dela, contam a história de Santos Dumont e suas invenções e eles sabem muito! Eles têm respostas para tudo que você perguntar. Atrás da casa há o Centro Cultura 14 Bis, que exibe um curta metragem com curiosidades sobre Santos Dumont. De terça a domingo, das 9h às 17h30. Ingresso: R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia).
Em frente à Encantada está a Universidade Católica de Petrópolis e o Relógio de Flores. O prédio da Universidade foi um importante hotel no século XIX, que hospedou Santos Dumont durante a construção de sua casa e onde ele pedia comida, quando a casa já estava pronta.
A essa hora quase todas as atrações da cidade já estavam fechadas. Seguimos de volta em direção à pousada, passando pela Praça 14 Bis até a Catedral de São Pedro de Alcântara. Dentro da igreja em estilo gótico há um mausoléu onde estão os restos mortais de Dom Pedro II e sua esposa Teresa Cristina, da Princesa Isabel e do Conde D’Eu (seu marido).
Como ainda estávamos com disposição e não queríamos que nosso dia acabasse tão cedo, seguimos pela Rua Doutor Nelson de Sá Earp, até o centro “moderno” de Petrópolis. Nessa área o que toma conta são as lojas, os prédios comerciais e os fast-foods da cidade – o oposto de tudo que vimos até agora. Jantamos no Subway e voltamos à pousada, para nos preparamos para o dia seguinte.
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